Um herói

Você sabia como surgem os nossos heróis?

Pois é, existem muitas formas de se forjar os heróis neste nosso tempo contemporâneo, repleto de novidades tecnológicas, capazes de, instantaneamente, disseminarem informações de toda sorte.

É possível criar-se uma falsa impressão de herói a qualquer causa, assunto ou personalidade, com as ferramentas de divulgação de nosso tempo.

A estes falsos heróis, chamamos de “Fakes” , criados pela imaginação de outros e que, se beneficiam dos resultados contidos na credulidade de muitos. Informações falsas ou fantasiosas, criadas pelo imaginário fértil do homem, são parte integrante da cultura do homem pois, quando cria, pode influenciar positivamente ou negativamente, conforme o caso.

A verdadeira atitude do jovem Caio Vianna Martins fez com que se tornasse um verdadeiro herói pois, sua conduta foi expontânea e sem subterfugios.

Caio estava muito interessado nas atividades escoteiras que via acontecer na cidade e se encantou com tudo o que via.

Passou a buscar uma entidade que abrigava os grupos da cidade de Belo Horizonte para que pudesse nele ingressar.

No ano de 1937, aos 14 anos de idade, procurando uma oportunidade de participar do Escotismo, Caio encontrou no Colégio Afonso Arinos a Associação de mesmo nome, na Rua da Bahia, um Grupo Escoteiro. Imediatamente pediu a seus pais a transferência da escola Barão do Rio Branco em que estudava, a fim de ter a oportunidade de estar nas atividades escoteiras. Com esta decisão, pode associar seus estudos com as aventuras do escotismo.

Assim como muitos jovens, ingressou no grupo e logo se destacou pela sua pontualidade ao chegar nas reuniões e atividades propostas. Era sempre o primeiro a chegar e, em suas atitudes, demonstrava ser bem diferente dos demais colegas de grupo.

Foi por ocasião de uma reunião, ao final do ano de 1937, momento em que todos reunidos, ouviram dos chefes de seção e do grupo que aquele dia seria histórico para todos os membros participantes, pois um convite do então governador do Estado de São Paulo, o Sr. Adhemar Pereira de Barros havia chegado, convidando a todos para um acampamento conjunto, com os demais grupo do estado de SP.

Logo no início do ano 1938, quando se reiniciaram as atividades do grupo, os chefes já se mobilizavam para preparar a viagem até São Paulo.

Foi o início de uma aventura que, ao final, revelou o espírito escoteiro de muitos de nossos jovens.


Três anos após o trágico acidente, no dia 7 de setembro de 1941, o governo do estado do Rio de Janeiro homenageia Caio Vianna Martins, pelo seu altruísmo, gravando na história, seu legado de coragem e bravura.
Nas fotos acima, se podem ver, a família de Caio Vianna Martins, autoridades do governo do Rio de Janeiro e os antigos companheiros que viajaram no mesmo trem, mas que saíram ilesos ou com algum ferimento. Nota-se que o garbo dos jovens escoteiros, foi o ponto marcante desta solenidade, uma reverência para marcar de fato.

Por iniciativa do Sr. Joaquim do Couto, presidente da Federação Escoteira Fluminense, em data de 8 de julho de 1940 e, através do ofício F.59 1940, sugere ao então interventor Federal do Estado do Rio de Janeiro, Comandante Hernani do Amaral Peixoto, que o estádio recém adquirido pelo governo, localizado na rua Presidente Backer, recebesse a denominação de “Estádio Caio Martins”, em homenagem ao jovem escoteiro, morto tragicamente no “Acidente Ferroviário da Mantiqueira” no ano de 1938.

Com o apoio da primeira dama doutora Alzira Vargas do Amaral Peixoto, o processo seguiu os trâmites legais até a sua conclusão, quando em 12 de setembro de 1940, foi publicado no Diário Oficial do Estado, a Deliberação de número 55 de 11 de setembro de 1940, com os seguintes considerandos ..:

– Que o estádio é destinado, principalmente, ao preparo cívico da juventude através dos desportos educativos;

– Que o Escotismo é uma lição constante de energia, disciplina, bravura e lealdade e que nele se aprimoram as virtudes do futuro cidadão da Pátria;

– Que numa afirmação de verdadeiro “Estoicismo”, o Escoteiro Caio Vianna Martins, não obstante sua pouca idade, pouco antes de falecer, dispensou a assistência que lhe era dada, de modo que outros pudessem ser socorridos, declarando que “Um Escoteiro caminha com as próprias pernas”, 

RESOLVE prestar-lhe uma homenagem póstuma com a denominação do novo “Estádio Caio Martins”, de forma que possa incentivar, ainda mais, aos jovens para uma vida carregada de Altruísmo.

Desde então, o Estádio Caio Martins na cidade de Niterói RJ, marca com louvor a história deste jovem Escoteiro Mineiro.  No local destinado às práticas esportivas, está instalado um grupo escoteiro, que recebe jovens de toda a periferia.

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